terça-feira, 10 de junho de 2008

Cavaco Silva desafia portugueses a serem "exigentes e rigorosos"

"Um país onde as instituições não sejam fiáveis; um país que não cresça e não inove, criando riqueza e oportunidades para todos; um país sem uma escola de onde saiam elites capazes de integrar a sociedade do conhecimento e lidar com as tecnologias mais avançadas, um país que não confia no seu próprio futuro, por muito que possa orgulhar-se do seu passado, dificilmente pode aspirar a uma intervenção relevante no plano externo", afirmou.
10 Junho: -- O Presidente da República alertou hoje que "um país onde as instituições não sejam fiáveis, que não cresça e não inove e sem uma escola de onde saiam elites (...) dificilmente pode aspirar a uma intervenção relevante no plano externo".

"Temos de começar por ser exigentes e rigorosos connosco se queremos que o imenso património que herdámos e de que justificadamente nos orgulhamos se transforme num verdadeiro instrumento ao serviço do progresso e da prosperidade do nosso povo", apelou Cavaco Silva, no seu discurso na sessão solene do Dia de Portugal, Camões e Comunidades Portuguesas, em Viana do Castelo.

Citando o padre António Vieira, o Chefe do Estado desafiou ainda: "saibamos nós, os portugueses de hoje, honrar a sua memória e acreditar, como ele acreditou, nessa História do Futuro, a História que desejamos para os nossos filhos".
Isto porque "o valor atribuído no plano internacional ao universalismo português depende em muito do crédito que tiver a nossa política interna".

Esse universalismo tipicamente português no mundo da globalização é um recurso que Cavaco Silva considera não estar a ser rentabilizado no seu potencial máximo.
Depois de questionar isso mesmo -- "há um tipo de recursos que, porventura, não estaremos a utilizar tão bem como deveríamos" -- o Presidente da República considerou que uma das melhores formas de Portugal encarar o mundo globalizado é "esse universalismo que se tornou a nossa verdadeira imagem de marca".
Para tal, "urge investir na nossa rede diplomática e consular, dotando-a de capacidades que lhe permitam corresponder cabalmente ao que delas se espera, enquanto activo fundamental para a promoção e defesa dos nossos interesses políticos, económicos e culturais, no apoio às nossas empresas e aos nossos cidadãos, designadamente às comunidades portuguesas e luso-descendentes"´, disse.
Cavaco Silva considerou ainda necessário "aproveitar a influência, apoiar a inserção política e valorizar a capacidade empreendedora dos cinco milhões de compatriotas que vivem fora do país", assim como "continuar a apoiar a internacionalização das nossas empresas, não só a partir de Portugal mas também nos países que elas escolhem como destino".

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