A renovada Guimarães Editores acaba de lançar a obra Dicionário Imperfeito, que reúne excertos de textos de Agustina Bessa-Luís organizados por ordem alfabética, abrangendo diferentes assuntos, temas e personalidades
É uma obra de revelação do mundo de Agustina, de A - de Água, Amar e Aristocracia - a V, de Velha política e Vocação, organizada por Manuel Vieira da Cruz e Luís Abel Ferreira. Dicionário Imperfeito assinala o recomeço da Guimarães Editores, depois da aquisição pelo ex-banqueiro Paulo Teixeira Pinto. Este Dicionário Imperfeito pode ser entendido como «uma obra de iniciação, de um primeiro contacto com o universo literário de Agustina, pode ser uma obra muito útil e estimulante», disse Manuel Vieira da Cruz, um dos organizadores. As entradas desta obra foram criadas a partir de excertos de dezenas de documentos dispersos de Agustina Bessa-Luís, como artigos de opinião, crónicas de jornais, prefácios de obras e alguns dos seus romances.Vieira da Cruz referiu que não foi feita «uma imersão total» na obra de Agustina, mas o resultado final permite perceber os «grandes temas dos seus romances e conhecer boa parte dos autores que a inspiram». Dicionário Imperfeito (imperfeito no sentido de «obra inacabada») revela o pensamento de Agustina Bessa-Luís sobre o casamento, o amor, a infância, a literatura feminina, a fé, a reflexão e o sentido de humor. Na obra há referências a Manoel de Oliveira, Salazar, Francisco Sá-Carneiro, Dostoievski, José Rodrigues Miguéis, Camões ou Jean-Paul Richter, Tristão e Isolda e Zé do Telhado. Muitas das entradas deste dicionário evidenciam, segundo Manuel Vieira da Cruz, «o toque de génio forte», a «ironia muito fina» e o «forte sentido de humor» de Agustina Bessa-Luís. Segundo Agustina, «o amor é o invisível no habitual», «a corrupção é quase o acabamento duma forma de vida, um ideal sofisticado» e a morte «é agora apenas a liquidação de todos os precipitados gestos que praticamos». Ao longo de trezentas páginas, Agustina diz ainda que «escrever bem não é uma inovação», que «custa tanto escrever um bom livro como um mau livro» e que o «escritor moderno é um estado civil, uma soma de papéis de identidade».Pelas suas ideias, Agustina Bessa-Luís «é uma autora que se presta à discussão e é estimulante por isso», sublinhou Manuel Vieira da Cruz que, com Luís Abel Ferreira, concretizou uma ideia de Alberto Luís, marido da escritora. A última entrada deste Dicionário Imperfeito é sobre a vocação: «Eu tenho só uma, que é escrever. Usar a palavra, dar-lhe vida, confiar nela para que nela vejam verdades poderosas, como a de sermos destinados a coisas maravilhosas».
É uma obra de revelação do mundo de Agustina, de A - de Água, Amar e Aristocracia - a V, de Velha política e Vocação, organizada por Manuel Vieira da Cruz e Luís Abel Ferreira. Dicionário Imperfeito assinala o recomeço da Guimarães Editores, depois da aquisição pelo ex-banqueiro Paulo Teixeira Pinto. Este Dicionário Imperfeito pode ser entendido como «uma obra de iniciação, de um primeiro contacto com o universo literário de Agustina, pode ser uma obra muito útil e estimulante», disse Manuel Vieira da Cruz, um dos organizadores. As entradas desta obra foram criadas a partir de excertos de dezenas de documentos dispersos de Agustina Bessa-Luís, como artigos de opinião, crónicas de jornais, prefácios de obras e alguns dos seus romances.Vieira da Cruz referiu que não foi feita «uma imersão total» na obra de Agustina, mas o resultado final permite perceber os «grandes temas dos seus romances e conhecer boa parte dos autores que a inspiram». Dicionário Imperfeito (imperfeito no sentido de «obra inacabada») revela o pensamento de Agustina Bessa-Luís sobre o casamento, o amor, a infância, a literatura feminina, a fé, a reflexão e o sentido de humor. Na obra há referências a Manoel de Oliveira, Salazar, Francisco Sá-Carneiro, Dostoievski, José Rodrigues Miguéis, Camões ou Jean-Paul Richter, Tristão e Isolda e Zé do Telhado. Muitas das entradas deste dicionário evidenciam, segundo Manuel Vieira da Cruz, «o toque de génio forte», a «ironia muito fina» e o «forte sentido de humor» de Agustina Bessa-Luís. Segundo Agustina, «o amor é o invisível no habitual», «a corrupção é quase o acabamento duma forma de vida, um ideal sofisticado» e a morte «é agora apenas a liquidação de todos os precipitados gestos que praticamos». Ao longo de trezentas páginas, Agustina diz ainda que «escrever bem não é uma inovação», que «custa tanto escrever um bom livro como um mau livro» e que o «escritor moderno é um estado civil, uma soma de papéis de identidade».Pelas suas ideias, Agustina Bessa-Luís «é uma autora que se presta à discussão e é estimulante por isso», sublinhou Manuel Vieira da Cruz que, com Luís Abel Ferreira, concretizou uma ideia de Alberto Luís, marido da escritora. A última entrada deste Dicionário Imperfeito é sobre a vocação: «Eu tenho só uma, que é escrever. Usar a palavra, dar-lhe vida, confiar nela para que nela vejam verdades poderosas, como a de sermos destinados a coisas maravilhosas».
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