quarta-feira, 7 de maio de 2008

Cortejo académico - Discriminação

Estava eu sentadinha muito perto da rua onde ia passar o Cortejo Académico, cerca de um metro da rua, ou seja, um bom lugar para quem não pode estar de pé muito tempo, tive a preocupação de chegar mais cedo e procurar um sitio que fosse facil para mim mas . . . as coisas nem sempre são faceis . . . depois de estar sentada 2 horas nesse local começou a passar o cortejo e as pessoas juntaram-se na berma da estrada e não olharam para trás, pedi com educação a duas pessoas para se afastarem um pouco, para eu conseguir ver o cortejo passar, infelizmente não foram compreensivos . . . pior foram desagradaveis na forma como responderam . . . Depois de ouvir deixei cair algumas lagrimas de revolta, insinuaram que quem não tem condições fisicas para estar de pé não têm direito de ver os seus colegas a desfilar.

inicio do desfile . . .

15 minutos depois . . .

No inicio do desfile, eu ainda conseguia ver alguma coisa, passados 15 minutos fiquei com esta visão . . . não se trata de estudantes a desfilar pela rua abaixo . . .

Por causa desta situação fui obrigada a sair do meu lugar e passar para a frente destas pessoas, como não aguentava de pé sentei-me no degrau do passeio e foi assim que eu consegui ver o cortejo.
Agradeço a todas as pessoas que dificultam o meu caminho, é ai que eu vou buscar força para conseguir lutar pelos meus direitos e também pelos meus objectivos de vida.

2 comentários:

Anónimo disse...

Revolta, Indignação, Tristeza e VERGONHA

Ao ler as breves palavras de alguém que, sendo aluna da Universidade do Porto e embora possuindo dificuldades motoras, fez questão de participar na Festa Académica assistindo ao Cortejo da Queima das Fitas, só posso sentir REVOLTA, INDIGNAÇÃO, TRISTEZA e acima de tudo, por ser Português e Portuense, VERGONHA.

REVOLTA pelo facto de um conjunto de pessoas depois de alertadas para o facto de tirarem a visão a alguém com dificuldades de mobilidade, demonstrarem a mais completa indiferença e insensibilidade.

INDIGNAÇÃO por em pleno século XXI, na segunda maior cidade de Portugal que é a cidade do Porto, existir gente que não merece ser tratada como tal.

TRISTEZA porque este tipo de atitudes de insensibilidade nos deixam constrangidos

VERGONHA porque a atitude de insensibilidade foi demonstrada por parte de pessoas que para além de meus conterrâneos portuenses, tem a minha nacionalidade, isto é, são portugueses.

É por este tipo de circunstâncias que se afere a EDUCAÇÃO CIVICA de um povo

É por este tipo de atitudes que se vê se um povo é merecedor de ser dono do seu próprio destino…. isto é, de ter uma NACIONALIDADE.

Quando este tipo de situações ocorre com frequência é caso para nos interrogar-mos que imagem damos de um país que muito certamente não o deveria SER.

Anónimo disse...

discriminação escreve-se com "i".