quinta-feira, 12 de junho de 2008

Mafaldisses - Crónicas sobre rodas


"Mafalda", "Mafaldinha", "Mafaldisses"

Pequenina de tamanho mas uma gigante em comunicação, Mafalda Ribeiro é a prova-viva que as limitações físicas não são impedimento para uma vida onde o sucesso e os amigos dão cartas a cada dia que passa. A diferença não é sinónimo de incapacidade nem inferioridade e a mulher de 25 anos que Mafalda Ribeiro é, destaca-se pela coragem, empenho, dedicação e uma inquestionável pureza no que se refere à perseguição de sonhos e objectivos. Fiel às paixões que sente, Mafalda Ribeiro é a definição de uma pequena grande mulher, uma pessoa a quem a vida limitou na motricidade mas não na força de vontade para lutar, vencer e brilhar.

A jovem, que já escreve há largos anos mas só agora vê publicado um trabalho, lançou "Mafaldisses", conjunto de estórias onde mostra aos leitores um pedaço do mundo em que vive, uma realidade onde a dualidade e jogos de contrastes estão em evidência e um pouco de si.

Questionada sobre a temática do livro, a escritora adiantou: “Mafaldisses são as coisas que os meus amigos estão habituados e que a sociedade ainda não. Mafaldisses são aquilo que eles aturam todos os dias a lidar comigo”.

Mafalda Ribeiro definiu a obra: “Foi como cuspir sentimentos. Foi semana após semana, após semana... Foi uma coisa demorada, pensada, e depois a parte do reescrever que implicou ler as crónicas todas novamente e ordená-las. Foi um momento meu e agora é um bocadinho estranho estar a partilhá-lo com a as pessoas”.

Questionada sobre a linha de pensamento das crónicas, a autora foi peremptória. “São crónicas muito reais, exemplos bons e maus de descriminação e integração das pessoas com deficiência mas fui buscar inspiração nos meus amigos, eu própria, na vida e nas situações que eu todos dias me deparo - boas e más”, referiu.

De sorriso fácil e dona de uma boa disposição contagiante, Mafalda Ribeiro tem já novos planos para futuras publicações. Ainda sem data prevista para o novo trabalho, a autora de “Mafaldisses” levantou uma ponta do véu : “Tavez para o próximo ano. Já comecei a trabalhar neles. Eu estou sempre a a trabalhar. Quando tive este livro entregue já estava a pensar no próximo. Só assim é que a vida faz sentido" afirmou.

Tempo ainda para Mafalda Ribeiro definir-se: "A Mafalda pessoa é completamente transparente. Eu dou-me muito aos outros e recebo muito deles. Neste livro gostava que as pessoas vissem em mim não a menina deficiente que escreve crónicas mas a pessoa jornalista que escreve crónicas e que por acaso também é deficiente” exclamou.

Várias foram os convidados que no decorrer da noite leram algumas das crónicas de Mafalda Ribeiro e teceram elogios à autora.

“A Mafalda é uma filha muito querida, doce, contrariou tudo e todos há 25 anos atrás quando foi dito que apenas sobreviviria dias e não havia hipótese de ter muito tempo de vida mas cá está ela e este livro já não foi surpresa" a mãe Cesaltina


“A Mafalda é uma força da natureza, é um prazer para nós todos, um enorme ensinamento e é uma pessoa maravilhosamente normal. Tive o prazer de connhecer algumas das crónicas ao vivo antes, tinha ouvido a Mafalda a contá-las. O que me pode acontecer agora é ficar cinco horas seguidas a ler o livro mas serão excelentes cinco horas” Margarida Pinto Correia

“O que define a Mafalda é a teimosia. Para o bem e para o mal. É uma força da natureza. É corajosa, positiva, a demonstração prática de que de facto não temos direito de nos queixarmos” Fernanda de Freitas

«Nasceu diferente e com uma doença que fala em imperfeição óssea mas, na verdade, é por ser diferente e por ter essa mesma ‘imperfeição’ que a Mafalda faz a diferença neste mundo. Este livro é muito mais do que uma colecção de crónicas, é um testemunho transformador!» Laurinda Alves

«Mafaldinha, o tamanho do teu talento é inversamente proporcional à tua estatura física. E não é que, sem asas, tu voas mais alto do que qualquer um de nós?» Jorge Gabriel

«A Mafalda chama-me "professor", porque lhe dei aulas de jornalismo. Mas foi ela quem me ensinou mais do que alguma vez poderei retribuir. É impossível ser indiferente a tudo aquilo que a Mafalda observa, sente e descreve de forma singular. Estes textos emocionam; abrem sorrisos; rasgam certezas; e inspiram. Celebram a vida! Uma vida extraordinária!» José Alberto Carvalho

2 comentários:

Anónimo disse...

MODELOS

Na vida devem-nos servir de modelo "formas de estar e de ser" daqueles que tem provas dadas.

Modelos ou exemplos de vivencia e de afirmação como o aqui relatado são, de facto, brilhantes.

Brilhantes pela "força de vida" que transportam em si.

Brilhantes pela "tenacidade", pela "preseverança" perante as adversidades...

Brilhantes pela afirmação da "inteligencia" sobre todos os atributos fisicos...

Brilhante pela "coragem".

Brilhantes pela demonstração de "maturidade" intlectual face a uma sociedade baseada no primado da "superficialidade" e da "imagem".

Este é um exemplo de vida entre muitos outros num País em que a esmagadora maioria da população evidencia níveis de educação civica, de imaturidade e de iliteracia que são confrangedores.

Anónimo disse...

Olá, eu sou o Pedro e tenho 17 anos.
A tua história de vida, Mafalda, tem-me facisnado imenso, pois tu és uma "leoa" como lutas, sonhas e caminhas!!! És um verdadeiro exemplo, para mim, que não tenho nenhum tipo de deficiência...Vi-te no programa "Contacto" e espero que o teu sonho de seres mãe se concretize!